Plano Cicloviário de Curitiba

Acabei de ver a chamada da matéria no jornal Gazeta do Povo dizendo “Plano põe Curitiba sobre duas rodas” e imediatamente me lembrei do Garrincha comentando assim uma instrução do técnico: “tá, só falta combinar com os adversários”. Além do mais, eu costumo desconfiar de toda apresentação ou projeto que precise ser apresentado / explicado usando a expressão “a idéia é...”, mas sou sabidamente chato com palavras e expressões, então dêem um desconto, se acharem que devem!

Me junto ao Fabio Duarte (diretor do mestrado em Gestão Urbana da PUC), quando diz que um plano dessa envergadura e com impacto direto tão grande merecia uma discussão mais ampla. O jornal esclarece que foram feitas “2,8 mill entrevistas com ciclistas” e que a preocupação dos usuários é a segurança, e talvez isso explique a intenção de construir ciclovias longe dos carros(!?).

Ainda tenho cópias dos vários e-mails que mandei ao IPPUC, perguntando como um "cidadão comum" poderia colaborar, opinar e participar / contribuir de alguma forma, pois que vivo de bicicleta para lá e para cá? E que não foram nem respondidos nem comentados, nem nada! E olha que eu mandei essas perguntas em resposta a um e-mail deles, e por isso, se me derem a desculpinha da caixa de SPAM, não vai colar...
Vai ver não queriam ninguém dando opinião, mesmo. Simples assim!

O coordenador de mobilidade urbana do IPPUC, Sr. José Álvaro Twardowski, disse que o Plano Diretor Cicloviário “será capaz de cobrir todas as possibilidades do sistema viário básico, ou seja, vias estruturais, coletoras e setoriais”, entenderam? Nem eu... Curitiba tem cerca de “4,8 mil quilômetros de vias destinadas a carros” e serão cerca de 190 km de ciclovias (depois de TUDO realizado – se for realizado, bem entendido). Diminutos 3,95% daquela extensão. Aqui mesmo você pode ver em outros posts (já antigos) a situação da ciclovia do canal belém, que alguns usuários me contaram ser perigosa em “certos horários”, ou um cálculo aproximado da área que as ruas tomam na cidade de Curitiba.

Resumindo o que li, parece quea prefeitura acordou para o fato de que a “Curitiba paradisíaca” não existe mais e que boa parte da culpa disso (e da perda da tão “publicitada” qualidade de vida da cidade) têm muito a ver com os momentos mágicos vividos no nosso trânsito e estão tentando mostrar que estão realmente preocupadaos.

Consulte o “info-gráfico” da Gazeta e veja se você é um dos sortudos que terá uma ciclovia nos seus arredores. Ou tente o site do IPPUC. Matéria da GAZETA DO POVO:
http://portal.rpc.com.br/gazetadopovo/vidaecidadania/conteudo.phtml?id=906933

Bom... eu não sei como foram realizados esses planos, não sei que perguntas foram feitas nessa pesquisa com os 2,8 mil usuários e nem como foi perguntado. Não sei também porque demoraram TANTO tempo para acordar sobre esse assunto. Será que também tem algo a ver com a COPA e que também vai precisar de verba?

Enfim, não sei nada. A ignorância é mesmo uma benção. Ou não!