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BICICLETA: transporte sustentável em São Paulo
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BICICLETA: transporte sustentável em São Paulo
O Prefeito sancionou a Lei 14.266, de autoria do vereador Chico Macena (publicada hoje no Diário Oficial), que cria o Sistema Cicloviário do Município de São Paulo, contribuindo para o desenvolvimento de mobilidade sustentável. Na prática, a lei estabelece ações e metas que já vêm sendo desenvolvidas e perseguidas pelo grupo Pró-Ciclista, tais
como: criação de ciclofaixas e ciclovias; estabelecimento de locais específicos para estacionamento de bicicletas; articulação do transporte por bicicleta com o Sistema Integrado de Transporte de Passageiros; agregar aos terminais de transporte coletivo urbano infra-estrutura apropriada para aguarda de bicicletas; permitir o acesso e transporte do ciclista com sua bicicleta em vagão especial em trens e metrô.
A Prefeitura da cidade de São Paulo, através do grupo Pró-Ciclista, está promovendo o incremento da estrutura para transporte em bicicletas. Foram investidos R$ 700 mil nas melhorias cicloviárias promovidas na cidade no ano passado.
Em Parelheiros, foi efetuada a sinalização da ciclovia da Estrada da Colônia, com 2,15 km. Também foram realizados os projetos geométricos de ciclovias para conexão do centro de Parelheiros aos centros de Colônia e Embura, além do projeto de sinalização para tráfego compartilhado no centro de Parelheiros. Está em andamento a licitação para instalação de bicicletário junto ao Terminal Parelheiros, com 300 vagas. A extensão da Ciclovia da Estrada de
Colônia, em 2,2 km, será iniciada em 2007.
Na Avenida Inajar de Souza, na zona norte, foi iniciado em 2006 projeto e implantação de melhoramento cicloviário, prevendo extensão de 6,289 km e sinalização. Também foi iniciado projeto para implantação de ciclovia no parque linear que será implantado ao longo do Córrego Itaim, em Itaim Paulista, com cerca de 3 km. A Subprefeitura de Itaim está elaborando projeto para implantar ciclovia em área onde foi efetuada remoção de uma favela, promovendo conexão com a estação da CPTM. O levantamento topográfico já foi concluído e o projeto deverá ser elaborado e
implantado em 2007.
Em novembro de 2006 foi iniciada a elaboração de projeto de implantação de melhoramento viário no Morumbi, Vila Sônia, Previdência e Cidade Universitária, incluindo sinalização. O projeto deverá estar concluído em 90 dias. A obra será realizada pela Prefeitura.
A Secretaria do Verde e do Meio Ambiente realizou licitação para a aquisição de paraciclos em “U” para os parques municipais e para locais indicados pelas Subprefeituras, CET, Secretaria de Esportes e outros órgãos que se interessarem. Os paraciclos serão entregues no prazo de 30 dias.
Além disso, no licenciamento ambiental do Corredor de ônibus da Avenida Vereador José Diniz e do Expresso Tiradentes, a Secretaria do Verde e do Meio Ambiente e a Secretaria de Transportes acordaram a construção de bicicletários em várias estações do corredor, de ciclovias e ciclofaixas.
Outras ações ainda não iniciadas estão programadas no âmbito do Pró-Ciclista: a extensão da Ciclovia da Estrada de Colônia e o projeto de sinalização para tráfego compartilhado em Ermelino Matarazzo, numa extensão de 11,5 km.
A escolha destas áreas levou em consideração a constatação do uso da bicicleta como modo principal; a conexão ao sistema estrutural de transporte público; a demanda estimada por terminal; a existência no Plano Diretor Estratégico e nos Planos Regionais; e a aptidão topográfica.
Em São Paulo são realizadas cerca de 130.000 viagens em bicicleta, segundo dados de 2002 da pesquisa origem/destino realizada pelo Metrô, o que corresponde a um aumento de 0,6% em relação à pesquisa anterior. Se considerada como modo de transporte complementar, ou seja, associada a outros modos de transporte, a participação da bicicleta no quadro de viagens diárias tende a aumentar significativamente. A instalação de bicicletários seguros em estações de metrô e trem, em terminais de ônibus e locais com grande fluxo de pessoas vem sendo defendida pela Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente (SVMA) desde o início de 2005.
Incentivo à bicicleta na história de São Paulo
A implantação de ciclovias no município de São Paulo é determinada pela lei 10.907, de 18 de dezembro de 1990, e regulamentada pelo Decreto 34.854, de 3 de fevereiro de 1995. Em função destas normas legais, toda vez que for implantada uma nova avenida será preciso incluir nela uma ciclovia. Segundo relatório do Grupo Pró-Ciclista, as experiências sobre o uso de bicicleta registradas em São Paulo são escassas. Vários órgãos, municipais e estaduais, fizeram suas tentativas sem, no entanto, consolidar uma política de incentivo ao uso da magrela. Entre os destaques figuram:
- Estudo Piloto Ciclovia Cidade Universitária – Parque Ibirapuera = primeiro estudo realizado pela CET em dezembro de 1980, justificado pelo problema da crise energética mundial enfrentado na época, atendendo às recomendações do Ministério dos Transportes quanto à busca de formas de transporte alternativas. O trajeto possuía 7,7 km de ciclovias, em sua maioria situadas sobre canteiros centrais de avenidas, apresentando três pontos para estacionamento ao longo do percurso.
- Sistemas Cicloviários Setoriais = também proposta da CET, este segundo estudo foi elaborado em 1981, justificando-se, da mesma forma que o anterior, pela economia de combustível aliada à saturação da rede viária. A proposta, mais abrangente, definia redes setorizadas de percursos ciclísticos – ciclovias, ciclofaixa ou tráfego compartilhado – abrangendo todas as regiões do município. A extensão de cada sistema considerava o alcance médio da viagem ciclística e a possibilidade de integração com os demais sistemas de transporte em caso das viagens de
maior alcance. Ao todo, foram propostos 14 sistemas que perfaziam o total de 180 km, mas ele não chegou a ser implementado.
- Projeto Ciclista no Município de São Paulo – Proposta da Secretaria do Verde, o projeto foi instituído objetivando estabelecer ações necessárias para proporcionar conforto, segurança e economia ao cidadão ciclista. Foi instituído um grupo de trabalho que apresentou relatório final em 1994 apontando o Plano de Ciclovias na Malha Urbana, dividido por regiões que, se executado, dotaria a cidade de 300 km de vias exclusivas para bicicletas, incluindo 20 km em parques municipais. Deste total, no entanto, foram executados apenas cerca de 26 km. A CET desenvolveu e implantou sinalização em ciclovias construídas por SVMA em parques municipais. O primeiro trecho foi implantado no Parque Ibirapuera – que hoje conta com 2.650 m de ciclofaixa -, seguindo depois para os parques Carmo (5.700 m), CEMUCAM (3.000 m) e Anhanguera (2.500 m). Em parceria com a antiga Secretaria das Administrações Regionais, foi executada a ciclovia da Avenida Sumaré, bem como a da Avenida Faria Lima e a do Jardim Lusitânia.
No início da década de 1980, a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) começou a implantar terminais de integração rodoferroviário que incluíam estacionamentos para veículos de 4 e 2 rodas. O primeiro deles funcionou na estação de Jandira, aberto a automóveis, motos e bicicletas. Bicicletários foram também incluídos nas estações de Pinheiros e Jurubatuba, como também em outros municípios vizinhos.
No município de São Paulo, a SPTrans conta com estacionamento de bicicletas em alguns terminais de ônibus – Pirituba, Guarapiranga, Capelinha, Grajaú, Vila Nova Conceição, Varginha, Lapa e Jardim Ângela – mas nenhum deles integra a área fechada e controlada dos terminais.
Alternativa para melhorar a qualidade de vida
No Brasil, a bicicleta é usada por grupos sociais diversos, movidos por diferentes objetivos de deslocamento. Pessoas com poder aquisitivo menor costumam usar a magrela para deslocamentos ao trabalho, enquanto o outro extremo utiliza a bicicleta para lazer. O uso deste equipamento como forma regular de transporte para deslocamentos pendulares ao trabalho ou à escola, no entanto, ainda é raro.
Na Europa existe já uma tradição de uso da bicicleta como forma regular de transporte. Em algumas cidades da Holanda a participação da magrela nesse sentido chega a 48%. Contribuiu para isto a implementação de políticas para priorizar o tráfego não motorizado, incluindo a introdução de redes cicloviárias, estacionamentos seguros para ciclistas, restrição ou cobrança de estacionamentos para automóveis particulares, programas educativos e de direção defensiva e cursos para capacitação de ciclistas. Em cidades onde a presença da bicicleta é significativa, o número de acidentes não é necessariamente mais elevado, já que os motoristas estão mais acostumados à presença do ciclista nas ruas.
Uma das experiências mais interessantes é registrada na cidade de Londres, que implementou, desde fevereiro de 2003, um sistema de pedágio urbano. Motoristas pagam taxa diária para circular no centro da cidade em dias úteis. Como resultado, registrou-se aumento de 30% no uso da bicicleta e redução de 20% do tráfego de automóveis na área pedagiada.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda o uso da bicicleta como alternativa para melhorar a saúde pública. Além dos benefícios físicos – combate ao sedentarismo -, incentivar o uso da magrela pode reduzir o tráfego urbano e a poluição. A saúde da população nas grandes cidades está sendo afetada pela forma como nos transportamos. A poluição tem aumentado o índice de problemas respiratórios, especialmente entre crianças e idosos. Segundo pesquisas de Paulo Saldiva, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, vive-se em média 1,5 anos a menos em São Paulo, por causa da poluição, do que em cidades menos poluídas.
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